Avaliação física global no consultório do Nutricionista


A avaliação física é uma das maneiras de se identificar sinais e sintomas durante uma consulta nutricional.
Na avaliação física podemos verificar sinais que podem indicar doenças. Além disso podemos quantificar medidas corporais e com isso acompanhar a progressão do paciente. Dentre os instrumentos auxiliares temos:

1) Fita métrica: para verificar a medida das circunferências: abdominal, cintura, panturrilha, braço, pescoço. É uma ferramenta barata, facílimo acesso e manejo. Serve principalmente para acompanhar os processos de emagrecimento, verificar a circunferência da panturrilha naqueles pacientes com suspeita de sarcopenia e a circunferência do pescoço nos com suspeita de Apnéia obstrutiva do sono. A circunferência abdominal tem forte correlação com presença de gordura visceral e aumento do risco cardiovascular.

Fita métrica

2) Balança digital: para quantificar o peso do paciente. É importante salientar que peso é um somatório de massa magra (muscular e óssea), massa gorda, água corporal. Ou seja, sofre inúmeras variações, não refletindo 100% o emagrecimento ou ganho de massa muscular. Sempre oriento os pacientes a não ficarem obcecados com peso de balança. É uma ferramenta útil, mas que sofre interferências. Munido do peso e altura conseguimos calcular o Índice de massa corporal (IMC), uma medida simples, barata para estratificarmos se o paciente está ou não no peso ideal. Obviamente é um método falho, mas combinado a outros métodos nos ajuda a avaliar melhor o paciente. Algumas balanças possuem aclopada a ela o estadiômetro, uma régua que serve para estratificar a altura do paciente. Com isso calculamos o índice de massa corporal (IMC).

Balança com estadiômetro

3) Adipômetro ou plicômetro: é um compasso que deve ser manuseado com a mão direita e com a mão esquerda pinçamos o tecido subcutâneo entre o polegar e o indicador, mas tendo o cuidado para que o músculo não seja pinçado junto. As extremidades do compasso são ajustadas perpendicularmente à prega a uma distância de aproximadamente 1 cm do ponto onde a prega foi pinçada, aguarda-se dois segundos antes de efetuar a leitura. Tem a finalidade de determinar através de equações o percentual de massa magra e massa gorda do paciente. É um método barato, porém exige experiência, ou seja, é um método operador dependente. Ao longo dos anos percebi que muitas vezes o percentual de gordura corporal pode dar até 15% de diferença quando comparamos a bioimpedanciometria com a aferição de dobras utilizando o adipômetro. Existe um método chamado ISAK, o qual fiz o treinamento presencial durante 3 dias de curso. É o método de avaliação corporal com maior acurácia.

Adipômetro

4) Bioimpedância: aparelho que emite uma corrente elétrica e essa corrente sofre um impedindo em cada tipo de tecido do corpo. Ou seja, sofre uma resistência à medida que passa pelo tecido ósseo, pela gordura e pelo músculo. Um software lê os dados encontrados e fornece o percentual de massa magra, massa gorda, agua corporal total. Algumas mais avançadas consegue fornecer até a quantidade de gordura visceral. A maioria dos planos de saúde cobrem o exame. Para a realização faz-se necessário um preparo prévio que inclui: evitar cafeína 24h antes do exame, não treinar 24h antes, não estar no período menstrual, boa ingestão hídrica no dia anterior, estar de jejum 4 horas. Não possuir marcapasso ou estar grávida.

Bioimpedância

5) Dinamometria: aparelho que consegue quantificar a força dos pacientes nas mãos e com isso estima-se de forma indireta a força muscular global do paciente. Exame barato e o aparelho com custo acessível. Serve para acompanhar principalmente pacientes que desejam ganhar massa magra e força muscular. Utilizo em todos os meus pacientes no consultório.

Dinamômetro

6) Conhecimento sobre sinais clínicos: sinal é tudo aquilo que a gente vê. Na Nutrição aprendemos a examinar principalmente os fâneros dos pacientes (cabelos, pele, mucosas). Buscamos através da ectoscopia (ato de apenas olhar) possíveis carências ou excessos nutricionais. Sigo uma sequência que contempla: observação da marcha do paciente, fácies do paciente, sinais de depleção de gordura e/ou musculo, alterações na coloração dos cabelos, alteração na quantidade de cabelos, cor da pele e das mucosas, grau de hidratação, coloração da conjuntiva (olho), sinais na língua, abaulamento na região do pescoço, circunferência do pescoço, presença de sinais nos lábios, presença de sinais na pele (petéquias, hidratação, elasticidade), presença de edema de membros inferiores, presença de varizes. Como tenho formação em educação física verifico se as articulações possuem deformidades, possíveis lesões musculares, crepitações nas articulações, grau de flexibilidade.

7) Sinais vitais: afiro a pressão arterial do paciente, verifico saturação de oxigênio, frequência cardíaca.

Autora: Daniel Junkes – CRN 10 – 11829P – Para agendar consulta clique aqui.

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